Reflexão

Um homem é do tamanho do seu sonho.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pacto irá garantir alfabetização de todas as crianças brasileiras até os oito anos de idade

Os eixos principais são: garantir a alfabetização até os oito anos de idade; colocar as creches e pré-escolas em pleno funcionamento; e implantar portugês e matemática no contraturno das escolas de tempo integral

Para garantir que todas as crianças brasileiras estejam alfabetizadas até os oito anos de idade ao fim do terceiro ano do ensino fundamental, o governo federal lançou, nesta quinta-feira (8), o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. O pacto é um conjunto de medidas na área de educação que terá investimentos de R$ 2,7 bilhões, até 2014, em capacitação, material didático e bolsas para cerca de 360 mil professores alfabetizadores.

O compromisso foi firmado entre governo federal, prefeituras, governos estaduais e do Distrito Federal, com adesão de todas as secretarias estaduais de educação e de 5.270 municípios. As redes municipais e estaduais deverão aderir ao programa para receber recursos e o apoio técnico do Ministério da Educação (MEC).

Taxas de não alfabetização
“Temos várias universidades trabalhando nesse projeto, material didático, a formação dos professores alfabetizadores. No Sul do País, as crianças na idade dos oito anos que não são alfabetizadas são 5%. No Nordeste, 28 % das crianças não aprendem a ler e escrever na idade certa”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
A média nacional de crianças brasileiras não alfabetizadas aos oito anos é de 15,2%, mas há estados em situação mais grave, como o Maranhão, que conta com 34% de crianças não alfabetizadas na idade certa; e Alagoas, com taxa de 35%. O Paraná tem a menor taxa do País, de 4,9%, seguindo de Santa Catarina, com 5,1%.

A presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da alfabetização na idade certa para garantir a igualdade de oportunidades a todos os brasileiros. “O nosso compromisso é garantir que toda criança de até oito anos, que estuda em escola pública, tenha o domínio da leitura e da escrita, e conheça as primeiras operações matemáticas. Esse é o fundamento para se construir uma vida cidadã. É o ponto de partida para que todos os brasileiros tenham, quando chegar a hora, a oportunidade de competir, sempre em igualdade de condições”, afirmou.

Medidas
A Portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, que estabelece as regras do pacto foi publicada no Diário Oficial da União do dia 5 de julho.
O principal eixo do pacto é a formação continuada de 360 mil professores alfabetizadores, que farão cursos presenciais com duração de dois anos. No primeiro ano, com ênfase em linguagem; no segundo, em matemática. Os cursos serão totalmente custeados pela União e oferecidos no próprio município no qual o professor trabalha. Os profissionais receberão uma bolsa para participar da atividade.
A formação será supervisionada por aproximadamente 18 mil orientadores de estudo, capacitados em 34 universidades públicas do País, e selecionados dentro da própria rede pública, pela experiência em alfabetização e coordenação pedagógica. “São os melhores professores e mais experientes. São os professores dando aula para os professores”, salientou o secretário de educação básica do ministério, César Callegari.

Além dessas ações, o MEC fornecerá o material necessário para garantir, a cerca de, oito milhões de alunos o processo da alfabetização plena nos três primeiros anos do ensino fundamental. Serão distribuídos 26,5 milhões de livros didáticos nas escolas de ensino regular e do campo, além de 4,6 milhões de dicionários, 10,7 milhões de obras de literatura e 17,3 milhões de livros paradidáticos. O pacto vai assegurar, ainda, uma pequena biblioteca em cada sala de alfabetização.

Outro destaque será a criação de um sistema de avaliação para medir o nível de alfabetização, para o qual professores e escolas serão capacitados. As escolas realizarão provas diagnósticas, além das aferições do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), aplicadas para o segundo e terceiro anos do ensino fundamental. A iniciativa vem suprir a falta de um exame oficial que indique se crianças estão sendo alfabetizadas ou não na idade correta.
Haverá ainda um sistema de incentivo a escolas e professores que mais avançarem no processo de alfabetização, que destinará, no primeiro ano, R$ 500 milhões para premiação.

Royalties

Durante a cerimônia de lançamento, o ministro Mercadante, defendeu que os recursos provenientes dos royalties do petróleo sejam investidos em educação.
“A Câmara votou o Plano Nacional de Educação por unanimidade e estabeleceu que em dez anos deveríamos dobrar os investimentos em educação, chegando a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, até o momento, não temos uma fonte de financiamento capaz de cumprir essa meta. O caminho era a riqueza nova que estamos descobrindo, a riqueza dos royalties do petróleo. Vamos agora, junto ao Senado, continuar lutando para que os royalties sejam encaminhados para a educação”, disse.
A presidenta Dilma Rousseff classificou a iniciativa como estratégica para o País, sendo decisiva na diminuição das desigualdades sociais e regionais.
“Nós não podemos ficar insensíveis à questão da desigualdade social. Está em jogo o futuro do Brasil. A insuficiência de aprendizado das crianças brasileiras da escola pública está na raiz da desigualdade e da exclusão. Nosso País só poderá se orgulhar de dar oportunidade igual para todos se esse pacto for cumprido de uma forma sistemática e obsessiva”, completou.