Os cinco principais temas em discussão nas plenárias da
Cúpula dos Povos foram compilados e sintetizados em um
documento único que deve ser encaminhado ao secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em encontro nesta
sexta-feira (22). A informação é da ativista Lúcia Ortiz, uma das
organizadoras da plenária final e que pertence à organização Amigos da
Terra Internacional.
Segundo ele, durante a reunião da Cúpula dos Povos, que ocorreu
paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, foram realizadas cinco plenárias: Direito,
Justiça Social e Ambiental; Defesa dos Bens Comuns contra a
Mercantilização; Soberania Alimentar; Energia e Industrias Extrativas.
— Nestas plenárias nós procuramos trabalhar na construção de uma outra
economia e de novos paradigmas para os povos. Discutimos as causas
estruturais e as falsas soluções apresentadas como salvação para as
crises vividas hoje por alguns dos principais países do mundo.
Discutimos também as soluções apresentadas e o que elas têm em comum.
Ao falar sobre a mobilização da sociedade civil, traduzida na reunião
das diversidades culturais, étnicas e raciais que ocorre no Aterro do
Flamengo, Lúcia destacou diversas manifestações, como a marcha de
milhares de pessoas pelo centro do Rio de Janeiro realizada quarta-feira
(20) em protesto contra posições constantes do documento oficial da
Rio+20 e contra o novo Código Florestal.
— Mais do que isto: nós estaremos elaborando na assembleia de sexta uma
declaração contextualizada das falhas do sistema internacional das
Nações Unidas, que se mostrou um verdadeiro fracasso tanto em dar conta
do reconhecimento das causas da degradação do meio ambiente como da
apresentação de soluções concretas para o problema.
Na avaliação da ativista do Amigos da Terra Internacional, mais
importante do que a entrega a Ban Ki-moon, é o destino que cada governo
dará a este documento.
— Esta síntese é uma consequência do processo de articulação,
mobilização e construção da luta que estamos travando. Mas, mais
importante para a gente é concluir a leitura desta síntese. O que os
governantes vão fazer com o documento vai depender de cada governo. Se
eles vão ouvir o povo ou continuar capturados pelos interesses das
grandes corporações é uma decisão que só a eles compete.
Lúcia Ortiz também deixou em aberto a possibilidade de que a Cúpula dos
Povos opte por divulgar o documento através da imprensa, “que é quem vem
de fato dando apoio e divulgando os nossos eventos”.
FONTE: R7 (dia 22)