Os eixos principais são: garantir
 a alfabetização até os oito anos de idade; colocar as creches e 
pré-escolas em pleno funcionamento; e implantar portugês e matemática no
 contraturno das escolas de tempo integral
Para garantir que todas as crianças brasileiras estejam alfabetizadas 
até os oito anos de idade ao fim do terceiro ano do ensino fundamental, o
 governo federal lançou, nesta quinta-feira (8), o Pacto Nacional pela 
Alfabetização na Idade Certa. O pacto é um conjunto de medidas na área 
de educação que terá investimentos de R$ 2,7 bilhões, até 2014, em 
capacitação, material didático e bolsas para cerca de 360 mil 
professores alfabetizadores.
 
O compromisso foi firmado entre governo federal, prefeituras, governos 
estaduais e do Distrito Federal, com adesão de todas as secretarias 
estaduais de educação e de 5.270 municípios. As redes municipais e 
estaduais deverão aderir ao programa para receber recursos e o apoio 
técnico do Ministério da Educação (MEC).
Taxas de não alfabetização
“Temos várias universidades trabalhando nesse projeto, material 
didático, a formação dos professores alfabetizadores. No Sul do País, as
 crianças na idade dos oito anos que não são alfabetizadas são 5%. No 
Nordeste, 28 % das crianças não aprendem a ler e escrever na idade 
certa”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
A média nacional de crianças brasileiras não alfabetizadas aos oito 
anos é de 15,2%, mas há estados em situação mais grave, como o Maranhão,
 que conta com 34% de crianças não alfabetizadas na idade certa; e 
Alagoas, com taxa de 35%. O Paraná tem a menor taxa do País, de 4,9%, 
seguindo de Santa Catarina, com 5,1%.
A presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da alfabetização na 
idade certa para garantir a igualdade de oportunidades a todos os 
brasileiros. “O nosso compromisso é garantir que toda criança de até 
oito anos, que estuda em escola pública, tenha o domínio da leitura e da
 escrita, e conheça as primeiras operações matemáticas. Esse é o 
fundamento para se construir uma vida cidadã. É o ponto de partida para 
que todos os brasileiros tenham, quando chegar a hora, a oportunidade de
 competir, sempre em igualdade de condições”, afirmou.
Medidas
A Portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, que estabelece as regras do pacto foi publicada no Diário Oficial da União do dia 5 de julho.
O principal eixo do pacto é a formação continuada de 360 mil 
professores alfabetizadores, que farão cursos presenciais com duração de
 dois anos. No primeiro ano, com ênfase em linguagem; no segundo, em 
matemática. Os cursos serão totalmente custeados pela União e oferecidos
 no próprio município no qual o professor trabalha. Os profissionais 
receberão uma bolsa para participar da atividade.
A formação será supervisionada por aproximadamente 18 mil 
orientadores de estudo, capacitados em 34 universidades públicas do 
País, e selecionados dentro da própria rede pública, pela experiência em
 alfabetização e coordenação pedagógica. “São os melhores professores e 
mais experientes. São os professores dando aula para os professores”, 
salientou o secretário de educação básica do ministério, César 
Callegari.
Além dessas ações, o MEC fornecerá o material necessário para garantir, a
 cerca de, oito milhões de alunos o processo da alfabetização plena nos 
três primeiros anos do ensino fundamental. Serão distribuídos 26,5 
milhões de livros didáticos nas escolas de ensino regular e do campo, 
além de 4,6 milhões de dicionários, 10,7 milhões de obras de literatura e
 17,3 milhões de livros paradidáticos. O pacto vai assegurar, ainda, uma
 pequena biblioteca em cada sala de alfabetização.
Outro destaque será a criação de um sistema de avaliação para medir o
 nível de alfabetização, para o qual professores e escolas serão 
capacitados. As escolas realizarão provas diagnósticas, além das 
aferições do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep),
 aplicadas para o segundo e terceiro anos do ensino fundamental. A 
iniciativa vem suprir a falta de um exame oficial que indique se 
crianças estão sendo alfabetizadas ou não na idade correta.
Haverá ainda um sistema de incentivo a escolas e professores que mais
 avançarem no processo de alfabetização, que destinará, no primeiro ano,
 R$ 500 milhões para premiação.
Royalties 
Durante a cerimônia de lançamento, o ministro Mercadante, defendeu 
que os recursos provenientes dos royalties do petróleo sejam investidos 
em educação.
“A Câmara votou o Plano Nacional de Educação
 por unanimidade e estabeleceu que em dez anos deveríamos dobrar os 
investimentos em educação, chegando a 10% do Produto Interno Bruto 
(PIB). Mas, até o momento, não temos uma fonte de financiamento capaz de
 cumprir essa meta. O caminho era a riqueza nova que estamos 
descobrindo, a riqueza dos royalties do petróleo. Vamos agora, junto ao 
Senado, continuar lutando para que os royalties sejam encaminhados para a
 educação”, disse.
A presidenta Dilma Rousseff classificou a iniciativa como estratégica
 para o País, sendo decisiva na diminuição das desigualdades sociais e 
regionais.
“Nós não podemos ficar insensíveis à questão da desigualdade social. 
Está em jogo o futuro do Brasil. A insuficiência de aprendizado das 
crianças brasileiras da escola pública está na raiz da desigualdade e da
 exclusão. Nosso País só poderá se orgulhar de dar oportunidade igual 
para todos se esse pacto for cumprido de uma forma sistemática e 
obsessiva”, completou.